Nova Iorque

Finalmente chegou o dia de falar sobre as minhas férias em Nova Iorque, uma cidade que adorei e que deixou um "bichinho" que pede para regressar.

Antes da viagem houve um intenso estudo sobre o que visitar, onde ficar alojado e quais as regras e documentos necessários. Seguem-se algumas recomendações que acho importante referir:

Para além do passaporte é obrigatório pedir um visto especial para turistas, que pode ser pedido pelo site https://esta.cbp.dhs.gov/esta e que deve ser impresso, pois pode ser preciso apresentar em algum momento. O preço deste visto é de USD 14, ou seja, cerca de 10.5€ de acordo com a taxa de conversão do momento.

Como as tomadas e a voltagem elétrica são diferentes das que temos cá em Portugal, comprámos alguns adaptadores de corrente e levámos uma pequena extensão.

Também fomos informados que as malas devem ter um cadeado especial aprovado pela TSA (Transport Security Administration), agência criada pelo governo dos Estados Unidos após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Esta agência é responsável pela verificação das malas e pela procura de itens que não sejam visíveis para o sistema eletrónico e que podem colocar em causa a segurança do aeroporto e do voo. Para inspecionarem as malas os funcionário da agência usam uma chave mestre que abre todos os cadeados aprovados pela mesma e no caso de não ser um destes cadeados, eles destroem-no podendo causar danos na mala.

Como o sistema de saúde nos Estados Unidos é completamente diferente do nosso, decidimos que o ideal era fazer um seguro de viagem. Após uma breve pesquisa encontrámos um seguro por menos de 11€ e que cobria até 5000€ em despesas de saúde, malas extraviadas, etc.. Acabou por não ser necessário mas mais vale prevenir.

Para além destas formalidades, na altura da viagem estava muito frio e havia fortes probabilidades de nevar e chover, pelo que tivemos de comprar algumas roupas quentinhas, principalmente camisolas de algodão, gorros e luvas.

Penso que estes são os principais pontos a ter em consideração antes de viajar para os Estados Unidos. Depois é só preciso encontrar alojamento e fazer um pequeno planeamento do que se quer ver e fazer. Neste artigo vou falar da minha experiência em Nova Iorque durante 7 dias.

Primeiro dia (sábado)

Depois de quase um dia em viagens, chegámos ao Aeroporto Newark Liberty International por volta das 17:10. Apesar de ainda ser cedo, optámos por ir de táxi até ao apartamento e dividir o preço da viagem.

Durante a viagem de táxi cruzámos-nos com imensos carros, todos eles familiares e enormes. Numa cidade com tanto movimento é impressionante que a população prefira este tipo de carros.
Quando chegámos ao apartamento eram quase horas de jantar, pelo que decidimos ficar pelas redondezas e jantar em Little Italy.

Little Italy
Mulberry St. em Little Italy

Antes de jantar procurámos um multibanco e apercebemo-nos que os multibancosem Nova Iorque são extremamente arcaicos e com mau aspeto. Além disso, quando estão dentro de um espaço comercial (restaurante, café, etc.), o respetivo espaço tem o direito de cobrar uma taxa extra por cada levantamento, ou seja, para além de todas as taxas que temos de pagar ao banco, ainda é cobrada mais uma taxa para o estabelecimento. Ao fim de umas quantas tentativas lá encontrámos um multibanco que não cobrava taxas e que curiosamente era o que tinha mais mal aspeto e fazia muito barulho.

Depois de jantar também nos apercebemos de mais uma situação: todos os preços afixados no menu não incluem taxas pelo que ao valor ainda acresce uma taxa similar ao nosso IVA mas muito mais baixa (8%). No final, a conta ainda inclui o valor da gorjeta, que no mínimo corresponde a 10% do total da conta e que é “obrigatório”.

Segundo dia (domingo)

Aproveitámos para tomar o pequeno almoço num dos famosos cafés das redondezas, o Ferrara Bakery and Café, onde experimentámos algumas das suas deliciosas especialidades (Lobster Tail e Chocolate Cannoli). Talvez por ser domingo e ainda cedo, o café não estava muito cheio, mas acredito que seja normal ficar bastante cheio pois tinha uma zona própria para formar uma fila para entrar.

Depois do pequeno almoço dirigimo-nos para a estação de metro e apanhámos o metro para o Central Park.

Domingo é um bom dia para visitar o Central Park, pois há muita gente a fazer jogging, caminhadas, passeios, etc. Assim, apanhámos o metro e saímos na 86st que fica a oeste do parque, mesmo pertinho do Lago Reservoir, o maior lago do parque e que na altura se encontrava parcialmente congelado.

Lago Reservoir
Lago Reservoir no Central Park

A partir do lago, começámos a descer o parque passando por: Belvedere Castle, Henry Luce Nature Observatory, ribeiros, campos, lagos, pontes, Bethesda Terrace Arcade, Bethesda Fountain, The Mall, etc.

O Belvedere Castle localiza-se num dos pontos mais altos do Central Park (79th Street) e possui duas varandas das quais se obtêm umas vistas panorâmicas fantásticas. Durante muitos anos o castelo não passou de uma atração no Central Park, mas a partir de 1919 passou a ser a sede do Observatório Meteorológico. A título de curiosidade, em 2011 o castelo serviu para as filmagens do filme "Os Smurfs".

Mais à frente encontra-se The Lake, mais pequeno do que o Lago Reservoir, e logo a seguir a Bethesda Terrace Arcade, um terraço onde se encontra uma fonte com o famoso "Anjo da Água" que comemora o sistema de água de Croton que trouxe água fresca a Nova Iorque em 1842. Neste local ainda é possível admirar a parte subterrânea da Arcádia, Minton Tiles, com um teto magnífico com mais de 15.000 cores em argila e azulejos.

Continuámos a descer o parque e no caminho aproveitámos para comprar um cachorro numa roulote. Mais à frente passámos junto a uma pista de gelo e saímos do parque.

Mesmo a sul do parque encontra-se a Apple Store. Optámos por não entrar, uma vez que a loja está aberta 24h por dia e preferíamos voltar mais tarde e aproveitar bem o resto do dia.

Continuámos para sul ao longo da 5th avenue e chegámos ao Rockefeller Center. Como já tínhamos os bilhetes comprados previamente pela net, para subir ao Top of the Rock, conseguimos entrar facilmente sem grandes esperas.

Rockefeller Center
Rockefeller Center

O Rockefeller Center pertence à Generic Electric e é sede da NBC. No 88º andar encontra-se o Top of The Rock, de onde se têm umas vistas deslumbrantes do Central Park, Chrysler Building, Times Square, Hudson River, East River, Brooklyn Bridge e até da Estátua da Liberdade.

Tanto o Top of the Rock como o Empire State Building permitem ter uma vista deslumbrante sobre a cidade mas como estão localizados em diferentes áreas, vale a pena subir ao topo dos dois, principalmente em alturas diferentes do dia (um de noite e outro de dia).

A viagem de elevador é uma pequena aventura, não só por ser um dos elevadores mais rápidos de Nova Iorque mas também porque possui um teto transparente onde é possível ver a progressão da subida.

Depois de descermos passámos pela estátua do Atlas, pela pista de gelo onde se encontra a estátua dourada do Prometeu, pelos Channel Gardens e pela loja de legos.

Vista do Top of the Rock
Vista do Top of the Rock

Mesmo em frente ao Rockefeller Center encontra-se a St. Patrick’s Cathedral, considerada a maior catedral católica dos Estados Unidos e que foi construída entre 1858 e 1878. As suas torres têm cerca de 100m de altura, as paredes são de mármore branco e os portões principais pesam 9 toneladas. Como estava totalmente em obras não nos foi possível visitar a Catedral por dentro.

A partir daqui continuámos a descer a 5th avenue até junto da New York Public Library, a Biblioteca Nacional de Nova Iorque onde foi gravado o filme dos Caça Fantasmas.

Mais ou menos em frente à biblioteca encontra-se uma estrada perpendicular à 5th avenue (E 42nd street) e que leva ao Grand Central Terminal, um dos maiores terminais de comboios do mundo e que é lindíssimo.

A fachada deste terminal é composta pelas imponentes estátuas de Hércules, Minerva e Mercúrio em redor de um belíssimo relógio. A parte interior do terminal não fica nada atrás da beleza exterior: o teto do salão principal possui uma pintura fantástica do céu e das suas constelações que curiosamente foram reproduzidas invertidas.

Grand Terminal Center
Grand Central Terminal

As belíssimas escadarias e o famoso relógio sobre a central de informações, são apenas algumas das atrações que chamam imensos turistas.

Bem perto do terminal encontra-se o Chrysler Building, que durante algum tempo foi o maior edifício de Nova Iorque, vindo a perder o título para o Empire State Building.

Entretanto apanhámos o metro perto da Estação para a Apple Store, onde já tínhamos estado antes mas não entrado.

Terceiro dia (segunda-feira)

Este dia foi bastante especial pois coincidiu com o St. Patrick’s Day (17 de Março). Aproveitámos para descansar um pouco de manhã e almoçámos em casa. Depois de um almoço relativamente cedo, apanhámos o metro e dirigimo-nos para a 5th avenue para assistir a St. Patrick’s Day Parade. Pelo caminho ainda comprámos os típicos chapéus verdes.

St. Patrick's Day em Nova Iorque
Desfile do St. Patrick’s Day

Quando o cortejo terminou dirigimo-nos para um bar irlandês onde permanecemos o resto da tarde e um pouco da noite. Apesar de ainda ser de dia, o clima dentro do bar era de autêntica festa e inclusive alguns dos gaiteiros que tocaram durante o cortejo foram atuar dentro do bar.
Já mais ao final da noite fomos comer qualquer coisa e aproveitámos para caminhar um pouco por Nova Iorque à noite.

Quarto dia (terça-feira)

Depois de um bom pequeno almoço apanhámos o metro para o Ground Zero, onde se encontra o National September 11 Memorial & Museum.

One World Trade Center
One World Trade Center

No caminho desde a estação de metro até à entrada para o Ground Zero, encontra-se a St. Paul's Chapel, a igreja mais antiga de Nova Iorque e que teve um papel importante nos meses após o 11 de Setembro, ao ser um dos locais onde foram colocados os sobreviventes do atentado para recuperar. Uma das curiosidades que li sobre esta capela é que mesmo estando em frente ao local onde ficavam as Torres Gémeas, nenhuma das suas janelas se partiu durante o atentado.

Na altura em que visitámos o Ground Zero, não era necessário comprar bilhetes, no entanto era recomendado "reservar" a entrada pelo site, através de um donativo de $2. Com essa reserva conseguimos entrar rapidamente sem perder tempo na fila para comprar bilhetes.

Quando entrámos no recinto, sentimos logo que o local inspira imensa tristeza e respeito. Como homenagem às vítimas do atentado do 11 de setembro, foram construídas 2 piscinas no fosso das antigas torres gémeas. Estas piscinas são alimentadas pelas maiores cascatas artificiais dos Estados Unidos e têm cerca de 4000 m2 cada.

No muro à volta das duas piscinas encontram-se os nomes daqueles que morreram nos vários ataques desse dia, em Nova Iorque, Virgínia do Norte e Pensilvânia, mas também no primeiro ataque ao World Trade Center em 1993. Esses nomes estão gravados em placas de bronze e em alguns é possível encontrar uma rosa branca que é colocada pelos familiares ou amigos da pessoa que morreu, no dia em que ela faria anos.

No meio deste espaço é possível ver algumas árvores que simbolizam esperança e renovação, mas há uma que é muito importante, pois foi a única que sobreviveu à queda das torres.

Ground Zero
Ground Zero

Na altura o Ground Zero Museum já estava pronto, mas ainda não tinha sido inaugurado, por isso não o visitámos. Nele seria possível conhecer um pouco mais do que aconteceu, através de mensagens de pesar, fotografias, objetos pessoais, materiais das equipas de salvamento, partes dos edifícios, vídeos, gravações de chamadas telefónicas das vítimas, testemunhos e alguns restos mortais de vítimas não identificadas.

Depois de sairmos do Ground Zero, seguimos a pé até Battery Park para apanharmos o ferry para Liberty Island. Enquanto esperavamos pelo ferry comprámos umas sandes num café da zona e fomos para a enorme fila para apanhar o ferry.
Apesar de termos comprado os bilhetes pela net, com hora marcada, apercebemos-nos que a hora não interessa e que é bom chegar com tempo pois o ferry passa mais ou menos de meia em meia hora e há muita gente à espera.

O percurso até à ilha permite tirar umas fotos deslumbrantes da cidade de Nova Iorque. Já a Estátua da Liberdade, apesar do que representa não é tão imponente como estava a pensar.

Já na ilha, aproveitámos para desfrutar um pouco da esplanada do café e só depois é que subimos ao 1º patamar da Estátua.

Estatua da Liberdade
Estátua da Liberdade

Entretanto, apesar de ainda serem cerca de 5 horas da tarde, soubemos que já não havia mais nenhum ferry para a Ellis Island pelo que acabámos por não a conseguir visitar. O nosso bilhete dava acesso a visitar essa ilha, mas como já era tarde o ferry ia directo para Battery Park.

A Ellis Island é uma ilha na foz do Rio Hudson, que durante o sec. XIX e início do sec. XX servia como entrada aos imigrantes nos Estados Unidos, sendo por isso um símbolo da imigração.

Em 1990, o edifício que serviu como posto de exame dos imigrantes que chegavam da Europa foi transformado num museu. Neste museu encontram-se vários documentos e fotografias originais, distribuídos por 3 andares.

O ferry deixou-nos novamente em Battery Park, de onde seguimos a pé em direção a Wall Street, passando pelo Charging Bull, uma escultura de bronze com mais de 3 toneladas e que representa o mercado financeiro. A quantidade de turistas que quer tirar foto com o touro é impressionante.

Charging Bull em Wall Street
Charging Bull

Wall Street é considerada o coração histórico do atual Distrito Financeiro da cidade de Nova Iorque, onde se localiza a bolsa de valores mais importante do mundo. Nas suas famosas calçadas circulam diariamente representantes das grandes empresas no mundo inteiro.

Por entre os altos prédios de Wall Street e bem perto do Banco Central, espreita a Igreja da Trinidade, uma igreja Anglicana, cuja arquitetura contrasta com tudo o que a rodeia.

Continuámos a caminhar e dirigimo-nos para a Brooklyn Bridge, considerada uma das mais antigas pontes suspensas nos Estados Unidos. Tem cerca de 1834m e demora-se cerca de meia hora a atravessá-la a pé, no entanto é uma experiência fantástica e que vale a pena fazer, principalmente ao entardecer.

Vista da Ponte sobre Nova York
Vista da ponte sobre Nova Iorque

Já em Brooklyn, é preciso ter atenção, porque as escadas que permitem sair da ponte estão um pouco escondidas e para além dessas escadas a próxima saída fica muito longe.

Em Brooklyn jantámos no Grimaldi’s Pizzeria, bastante famoso pelas suas pizzas. Depois de jantar aproveitámos para tirar umas fotos junto ao rio de onde se vê a cidade totalmente iluminada e acabámos por regressar a casa de metro.

Nova Iorque vista de Brooklyn
Nova Iorque vista de Brooklyn

Apesar de não termos entrado muito no interior da cidade de Brooklyn, deu para reconhecer que o ambiente é um pouco diferente do de Nova Iorque. Não nos sentimos muito inseguros, mas penso que foi porque no pouco tempo que aqui estivemos vimos várias carros de polícia a fazerem a patrulha.

Quinto dia (quarta-feira)

De manhã, apanhámos o metro e saímos na 8th Avenue, perto de um prédio enorme onde se encontram os escritórios Google New York e onde trabalham diariamente cerca de 3.000 funcionários.

Contornámos este enorme edifício e entre as ruas 15th e 16th, encontrámos o Chelsea Market, inserido num prédio antigo com uma arquitetura bastante rica e que ainda conserva detalhes de quando abrigava a fábrica de biscoitos Nabisco – National Biscoit Company, que produz o famoso biscoito Oreo. Em 1958, com a mudança da fábrica para o Estado de New Jersey, este prédio foi abandonado. Só nos anos 90 é que foi revitalizado e criado o Mercado do Chelsea.

Mercado do Chelsea
Mercado do Chelsea

Aqui é possível encontrar uma grande variedade de barracas de produtos frescos, pastelarias, padarias e alguns restaurantes. Neste mercado vale a pena experimentar os cookies da Eleni's, os brownies da Fat Witch Bakery e os doces de fruta da Sarabeth’s que também são muito conhecidos.

Saindo pelas traseiras do mercado, é possível aceder a umas escadas/elevador que dão acesso ao High Line Park, uma rua suspensa a 8m de altura e que atravessa 3 bairros: Meatpacking, West Chelsea e Hell’s Kitchen/Clinton. Esta rua foi construída numa antiga linha férrea suspensa e em 2013 foi considerada uma das mais bonitas do Mundo.

High Line
High Line

Adorei cada metro que percorri na High Line e adorei ver a arquitetura tradicional desta zona.

Depois de caminharmos um pouco pela High Line, descemos e apanhámos o metro em direção à 5th Avenue, a avenida mais famosa e chique de Nova Iorque, onde se encontram as mansões, apartamentos e lojas mais caros do mundo. Esta rua divide Manhattan ao meio, definindo o leste e oeste da cidade. Vale a pena percorrê-la a pé, principalmente entre a 34th street e a 60th street.

Já perto das 7h da tarde, começámos a dirigir-nos para Penn Station para assistir a um jogo NBA no Madison Square. Com alguns meses de antecedência tínhamos garantido a nossa entrada neste jogo, por cerca de 79€ cada bilhete. Nessa altura apercebemo-nos que os bilhetes eram demasiado caros e que existe um mercado paralelo de venda de bilhetes mas que nem sempre é de confiança. Como o jogo que íamos ver era muito importante, pois debatiam-se os Knicks contra os Indiana Pacers, os bilhetes estavam praticamente todos esgotados e sobravam muito pouco, alguns dos quais custavam mais de $2000.

Jogo NBA em Madison Square
Jogo NBA em Madison Square

Entrando no espírito, jantámos um cachorro no estádio enquanto o jogo não começava. Quando finalmente começou a entrar na recta de início do jogo, foi a euforia total e verifiquei que a forma como as pessoas vivem e festejam os jogos de NBA é completamente diferente do que estamos habituados. Durante um jogo destes é impossível sentirmo-nos entediados ou fartos, muito pelo contrário, não queremos é que acabe.
Sempre que havia uma tentativa de ataque ou uma marcação colocavam uma música animada, todos os intervalos tinham algum tipo de animação, desde bailarinas, acrobatas, jogos com o público, entrega de t-shirts, apresentação de famosos que estavam a assistir ao jogo, etc. Foi neste ambiente de muita festa que senti que valeu bem o dinheiro dado pelos bilhetes.

Depois do jogo, dirigimo-nos para a estação de metro de Penn Station e notámos que com o avançar das horas, esta estação começou a ter um ambiente muito estranho e que não inspirava segurança nenhuma. Não é à toa que é considerada a mais perigosa de Nova Iorque.

Não tivemos qualquer problema pois como o jogo tinha terminado há pouco tempo ainda andava muita gente na estação. No entanto, deu para perceber que durante o decorrer do jogo ou em dias em que não há jogos, é muito perigoso andar nesta estação à noite.

Sexto dia (quinta-feira)

De manhã cedo apanhámos o metro e saímos na 42st. Depois de caminharmos um pouco, chegámos ao Intrepid Sea, Air & Space Museum que se situa no Pier 86W entre a 46th St e 12th Ave.

Intrepid Museum
Intrepid Sea, Air & Space Museum

Este museu, inserido num navio porta-aviões da II Guerra Mundial (USS Intrepid), conta com uma vasta coleção ligada à guerra e que até à pouco tempo era totalmente secreta. Entre o que há para ver, destaca-se a vasta coleção de aviões, o submarino USS Growler, o barco Concorde SST, um avião supersónico de reconhecimento Lockheed A-12 e o Space Shuttle Enterprise, o primeiro shuttle espacial da NASA que nunca chegou a realizar missões espaciais.

Space Shuttle Enterprise no Intrepid Museum de NY
Space Shuttle Enterprise

Além disso o museu ainda oferece diversas exibições interativas, simuladores e outras atrações, sendo o seu objetivo principal honrar os heróis americanos, educar o público e inspirar os jovens. Exemplo: G-Force Encounter, um simulador de pilotagem de um jato e que roda a 360º.

Como é enorme, acabámos por almoçar no restaurante do museu e só de tarde é que seguimos para Penn Station e Madison Square.

Desde o Intrepid Museum até à Penn Station são cerca de 30m a pé, pelo que decidimos ir de metro, no entanto a estação fica longe do museu, pelo que acho que teria sido mais fácil fazer o percurso todo a pé.

Madison Square
Madison Square

Já em Penn Station, procurámos pela Macy's, a maior loja do Mundo e que foi fundada em 1851. Esta loja ocupa um quarteirão inteiro e divide-se em mais de 431 lojas. Mesmo em frente também se encontra a loja da Victoria’s Secret, uma loja enorme e cheia de novidades.

Relativamente perto deste local encontra-se o Flatiron Building, um dos primeiros prédios a ser construído em Nova Iorque e o mais antigo da cidade, pois todos os outros já foram demolidos. O seu nome (Flatiron) deriva do facto de ter o formato de um ferro de engomar.

Entretanto fizemos uma paragem numa Starbucks local e esperámos que começasse a anoitecer para começarmos a subir ao Empire State Building. Este edifício tem 102 andares (mais de 400m), tendo sido o edifício mais alto de Nova Iorque durante mais de 40 anos (perdeu o título para as Torres Gémeas e agora para o One Word Trade Center).
Apesar de já termos adquirido os bilhetes pela net, devido à segurança super apertada, demorámos imenso tempo para entrar. Durante a espera foi-nos dado um áudio-guia para ouvirmos um pouco sobre a história por trás da construção deste edifício.

Empire State Building
Empire State Building

Como recomendação, optámos por subir até ao 102º andar, no entanto, o 1º elevador pára obrigatoriamente no 86º andar (320 metros), onde se encontra um terraço com umas vistas deslumbrantes mas onde o vento e o frio imperam.
Para subir ao 102º andar é necessário apanhar outro elevador controlado por um ranger.
A vista do 102º andar é fantástica, mas neste andar não há terraço e a sala é muito apertada e com vidro a toda a volta pelo que não dá para tirar fotos, no entanto é muito mais agradável pois está protegida do vento e do frio.

Depois de descermos seguimos para o núcleo de Times Square e ficámos completamente maravilhados. Esta zona pode-se mesmo dizer que nunca dorme, inclusive parecia completamente de dia pela luz dos diferentes painéis de publicidade e pela quantidade de gente que aqui circula. No entanto, ao contrário do que seria expectável, as lojas e restaurantes desta zona fecham relativamente cedo (23h/24h). Ainda conseguimos ir um pouco à loja de MM’s mas só para constatar que gosto mais da de Londres, pois é muito maior e mais bonita.

Sétimo dia (sexta-feira)

Começámos o dia a passear por Chinatown e a experimentar algumas das iguarias típicas como a Egg Custard Tart no Golden Manna Bakery. O almoço também foi num dos muitos restaurantes chineses desta zona. Acabei por experimentar uma variedade de Dumplings, alguns gostei imenso outros nem por isso.

Depois de almoço, apanhámos o metro para o Museu Natural da História. Confesso que este museu me desiludiu um pouco pois já tinha visitado o Museu Nacional da História em Londres, que considero de longe muito melhor do que o de Nova Iorque. Além disso a visita acabou muito cedo (5h) e o preço do bilhete foi bastante elevado, tendo em conta que o museu de Londres é gratuito.

Além de visitarmos o museu ainda fomos ao Observatório e este valeu a pena. Infelizmente não dá para comprar o bilhete apenas para o Observatório, caso contrário era o que eu recomendava.

Ao final da tarde, regressámos ao apartamento para nos prepararmos para uma noite diferente. Às 20:00 em ponto chegou a nossa limusine branca, requisitada durante a tarde, e que durante 2 horas nos levou por várias partes da cidade com paragem obrigatória em alguns bares, sendo um deles bastante alternativo, o "Jekyll and Hyde Club". Por causa do trânsito, não conseguimos passar em Times Square como pretendíamos, mas foi espetacular na mesma.

Limusine em NY
A nossa limusine por duas horas

Ao fim de 2 horas de pura magia pedimos ao motorista para nos deixar junto a um bar onde iria começar o East Village Pub Crawl para o qual estávamos inscritos. Acabámos a noite a saltar de bar em bar e a falar com várias pessoas de outros países, até terminarmos numa discoteca algures em Nova Iorque. O regresso a casa foi um pouco atribulado, pois não fazíamos a menor ideia em que sítio é que nos encontrávamos, mas lá conseguimos encontrar uma estação de metro e regressar.

Oitavo dia (sábado)

Este foi o dia de regressar a Portugal. Como a viagem de regresso não seria igual para todos (eu e o meu marido iríamos para o Newark Liberty International Airport e os restantes para o JFK Airport), optámos por ir de comboio, ficando muito mais barato (cerca de $12,50 por pessoa) do que o táxi. Como a estação para apanhar o comboio fica em Penn Station e os bilhetes podem ser comprados na estação, decidimos ir passear para a Macy's. Foi mesmo uma excelente ideia uma vez que conseguimos guardar as malas numa sala do Macy's própria para o efeito e sem pagar nada por isso.

Quando chegou perto da hora de apanhar o comboio, dirigimo-nos para a estação de comboios de Penn Station e aqui começaram as peripécias do regresso a casa. A plataforma onde iríamos apanhar o comboio só seria anunciada 10min antes deste partir, pelo que tivemos de aguardar na sala de espera.
Quando finalmente anunciaram o número da plataforma, tentámos ir para lá. Verificámos que o acesso à mesma podia ser feito via elevador ou a pé, pelo que optámos pelo elevador por estar mais próximo de nós. No entanto, ao fim de alguns breves minutos de espera desistimos desta opção, pois estava muita gente à nossa frente e o elevador era demasiado pequeno.
Seguimos então as placas que indicavam outro caminho, mas quando virámos numa esquina encontrámos um cenário muito pior do que junto ao elevador, pois a quantidade de gente que se aglomerava e não deixava ninguém passar era assustadora. Decidimos voltar novamente para trás para o elevador e esperar o que nos pareceu uma eternidade.
Quando finalmente entrámos no elevador, faltava 1 minuto para o comboio partir e o medo de o perder estava bem espelhado nas nossas faces, mas principalmente nas das pessoas que não conseguiram entrar.
Assim que as portas do elevador abriram, desatámos a correr e entrámos numa carruagem qualquer, mesmo a tempo de ouvir as portas a fechar atrás de nós com várias pessoas do lado de fora a tentar entrar mas sem sucesso.

Para quem já conhece a estação acredito que não passe por este stress todo, mas de qualquer das formas deveriam melhorar os acessos e dar alguma informação atempadamente, porque quem perder o comboio tem de esperar mais 30min pelo próximo.

Já dentro do comboio detetámos outro problema pois não havia lugar para nos sentarmos nem para guardar as malas, pelo que passámos grande parte da viagem em pé e a tentar desviar as malas sempre que alguém precisava de passar no corredor.

Ao fim de quase 30min saímos na estação Newark Liberty Internacional. Para aceder ao nosso terminal ainda foi necessário apanhar o AirTrain, uma espécie de monorail que conecta todos os terminais do aeroporto com a estação e que para além de gratuito e de funcionar 24h por dia, todos os dias da semana, ainda tem uma periodicidade de 3 minutos. Não me recordo de quanto tempo demorou este percurso, mas julgo que terá rondado uns 10-15min.

Quando finalmente chegámos ao terminal de partida, estávamos bastante cansados, mas felizes pois apesar das peripécias da viagem, tínhamos conseguido chegar a tempo.