Marrocos

Em Julho eu e o meu namorado decidimos aventurar-nos por Marrocos. Antes fizemos umas pesquisas na net, contactámos algumas pessoas que já lá tinham estado e decidimos fazer um tour de 4 dias com a Ligne d’Aventure. Uma empresa que superou as nossas expectativas.

Sendo um país onde a pobreza é bastante elevada é muito comum sermos constantemente abordados para darmos uma moedinha a troco de qualquer coisa. Mal se pega no mapa vêm logo a correr para nos ajudar e temos de insistir em como não precisamos de ajuda, se queremos tirar fotos a uma praça ou às bancas, vêm logo pedir moedas, se vamos visitar um monumento, alguém se mete atrás de nós a servir de guia e no fim como é óbvio querem uma moedinha, etc.. Um caso que nos aconteceu foi em Marrakech quando íamos a descer uma rua para ver o Palácio Real e pelo caminho havia muita gente a dizer que estava fechado e que não se podia visitar nem tirar fotos. Nós não lhes perguntámos nada, o que queríamos mesmo era ver o Palácio mesmo estando encerrado, mas chatearam-nos tanto que desistimos e viemos embora. Chega a ser bastante irritante, mas tirando isso é um país que vale a pena ser visitado.

Marrocos é um país muito grande e as nossas férias apenas foram passadas em Marrakech, montanhas do Alto Atlas e Anti-Atlas, Ouarzazate, Desfiladeiros de Dadès e Todgha, Deserto de Merzouga e Rissani.

Marrakech é uma cidade com vários bairros e rodeada por muralhas com 19km de comprimento e 9m de altura em alguns sítios. Ao longo destas muralhas encontram-se várias portas (Bab) que são exemplos soberbos da arquitetura mourisca.  Dentro delas encontra-se a Medina e o coração desta, a Praça Jemaa el-Fna. Ainda dentro das muralhas ficam os Souks (a norte da praça), kasbah e o Mellha (antigo bairro judeu). A noroeste encontra-se a cidade nova que é bastante mais ocidentalizada e que se parece mais com as nossas cidades.

Os souks de Marrakech são os mais fascinantes de Magrebe pois estão organizados segundo o tipo de produtos comercializados. No entanto em alguns locais encontram-se à venda frigoríficos, fogões, sofás, panelas, tachos, etc. a maioria já usados e misturados com lojas de comida, roupa, joias, cabeleireiros, talhos, etc… Vimos também um vendedor a andar de bicicleta com pernas de porco penduras para vender. A ideia com que ficámos é que qualquer pessoa pode montar qualquer negócio sem precisar de pedir licença nenhuma para tal.

As ruas são muito estreitas e completamente cheias de tendinhas e de pessoas que têm de partilhar o espaço com motos, bicicletas e carroças. Nas estradas mais largas vêm-se imensas motas e bicicletas com 3 ou 4 pessoas a equilibrarem nas mãos sacos ou garrafões de água. Não há qualquer respeito pelas sinalizações e em estradas com 2 faixas de rodagem estão constantemente 3 ou 4 carros lado a lado.
É sem sombra de dúvidas uma cultura muito diferente da nossa e é isso que torna este tipo de viagens único e enriquecedor.

De seguida vou resumir os nossos dias em Marrocos:

Primeiro dia

Chegámos ao aeroporto de Marrakech ao final da tarde. Como a Riad ficava numa das muitas ruelas da Medina, que não conseguiamos encontrar no mapa, optámos por ir de táxi. No regresso, como optámos por apanhar o autocarro na praça Jemaa el-Fna, ficando muito mais barato do que de táxi.

Quando chegámos à Riad Anabel, localizada na Medina muito perto da praça Jemaa el-Fna, ficámos fascinados pois a nossa suite era tipicamente marroquina e a Riad estava muito bem decorada. Uma Riad é uma casa típica de Marrocos com um jardim e pátio interiores e como normalmente tem poucos quartos o atendimento é muito personalizado.

Depois de deixar as malas e tomar um chá com bolinhos, que se encontravam no quarto, fomos caminhar um pouco pelas ruas da Medina. Quando a fome apertou acabámos por ir jantar num restaurante na Jemaa el-Fnaa. Por recomendação da rececionista da Riad, jantámos no Toubkal, com pratos a 30DH (menos de 3€). Depois de jantar continuámos o nosso passeio pela praça e pelos souks já descritos em cima.

Segundo dia

Marrakech – Ksar of Ait ben Haddou – Ouarzazate – Dades Valley

Depois de um excelente pequeno almoço, em pleno pátio da Riad, fomos ter com o nosso guia para começar a nossa aventura de 4 dias.
Feitas as respetivas apresentações começámos a nossa viagem em direção a Ouarzazate através do desfiladeiro de Tizi n'Tichka, o mais alto de Marrocos com 2.260m de altitude.
O cume é um ponto de paragem obrigatória, um miradouro impressionante com vista para as montanhas Anti-Atlas.
Todo este percurso foi construído pelos Franceses na década de 1920 e é bastante sinuoso e com paisagens que variam entre o agreste e o verdejante. Durante o inverno é possível ver neve nestas montanhas, mas durante o verão as paisagens são completamente áridas.

A cerca de 30km de Ouarzazate virámos para uma estrada secundária em direção à Ksar de Ait ben Haddou, uma das povoações do género mais bem conservadas em toda a região. Esta pequena aldeia apenas com 10 famílias e menos de 50 habitantes foi classificada como Património Mundial pela UNESCO e algumas Kasbahs já foram restauradas. Este local já foi usado inúmeras vezes como palco para vários filmes, entre eles Lawrence da Arábia, Diamante do Nilo, Babel e o Gladiador.

Ksar de Ait Benhaddou
Ksar de Ait ben Haddou

Daqui seguimos para Ouarzazate (capital do cinema), e fomos ao Atlas Film Studios, um dos maiores museus de cinema do Mundo, onde se podem encontrar cenários enormes, objetos e preciosidades de vários filmes, alguns dos quais bastante conhecidos e que foram gravados nestes estúdios: Asterix & Obelix: Mission Cleopatra, Lawrence of Arabia, The Man Who Would Be King, Kingdom of Heaven and Babel e muitos outros filmes mais antigos. Recentemente também foram utilizados para filmar alguns episódios da série Game of thrones: Season 3.

É um museu que vale a pena visitar, a entrada fica por apenas 20DH e numa das salas encontra-se o fato que o gladiador usou no filme e que é possível vestir.

Como ainda tínhamos uma grande viagem pela frente a visita à Kasbah de Taourit ficou guardada para o dia de regresso a Marrakech.

No caminho ainda vimos um casamento típico onde os homens e as mulheres festejam em tendas separadas.

Um pouco mais à frente começámos a sentir um perfume no ar, estavamos a chegar à famosa cidade das rosas: Kelaa M’Gouna. Toda esta região é bastante conhecida pelas rosas que crescem em todo o lado e que são colhidas todos os anos para fazer as mais variadas coisas, desde óleos, perfumes, água de rosas, sabonetes, etc. Todos os anos na Primavera realiza-se a colheita das rosas, que rende 3000 a 4000 toneladas de pétalas e em Maio ocorre o  Festival das Rosas.

Mais à frente cruzámo-nos com uma cerimónia berbere de pedido de casamento. Um rapaz ia pedir a mão de uma rapariga para casar, que provavelmente nem o conhecia. O mais curioso é que ele não ia fazer o pedido sozinho, uma vez que é tradição toda a sua família ir com ele a cantar e a festejar.

À medida que atravessávamos as montanhas, as paisagens foram modificando-se ligeiramente, fruto de uma intensa atividade tectónica existente na zona, que aliada a uma vasta área calcária, levou à formação grandes gargantas, canhões fluviocársicos e vales extremamente desenvolvidos. As transformações mais relevantes deram origem a dois desfiladeiros fabulosos: Todgha e Dadés.

Um pouco mais à frente passámos pelo rio Wadi Dadès completamente rodeado de vegetação e que se destacava completamente no meio da paisagem rochosa, caraterizada por ondulações geológicas impressionantes. Num dos sopés destas formações ficam as ruínas da Kasbah Ait-Arbi e mais à frente as Kasbahs Tamnalt, um incrível cenário rochoso.

Ao final da tarde a estrada começou a modificar imenso e a dar lugar a muitas curvas fechadas (snake road) conduzindo-nos diretamente para as Gorges du Dadès (Gargantas de Dadès), um local lindíssimo com escarpas rochosas e o rio a passar por entre elas.

Quando chegámos à base das Gargantas de Dadès, vimos várias pessoas a tomar banho, lavar o carro, lavar roupa, encher garrafões com água, etc.. Na altura que fomos não se viam muitos turistas, apenas pessoas da zona que utilizam o rio para tarefas do dia-a-dia.

No final do dia seguimos para o Hotel Kasbah de la Vallee, onde jantámos e passámos essa noite. Da varanda do quarto tínhamos vista direta para o rio, localizado a menos de 100m do hotel pelo que dormimos ao som da natureza e da água a correr.

Terceiro dia

Dades Valley – Gorges du Todgha – Merzouga Dunes

Depois de um pequeno almoço típico com pão e panquecas marroquinas, leite, café, doce, mel, melancia, melão e muito mais, seguimos viagem.

Pelo caminho passámos pelo Vale de Toudra, com umas formações bastante curiosas talhadas nas rochas vulcânicas e que se assemelham a dedos de macacos.
Quando chegámos a Gorges du Todgha (desfiladeiro de Todgha) ficámos completamente maravilhados com as íngremes escarpas de 300m de altura a erguerem-se de ambos os lados de um estreito corredor. Estas são as escarpas mais impressionantes do sul de Marrocos e são muito conhecidas pelos montanhistas experientes.

Depois de explorar um pouco a zona seguimos em direção ao deserto de ** Merzouga**. À medida que seguíamos viagem as paisagens foram ficando cada vez mais áridas e quentes. A vegetação tornou-se mais rara assim como as aldeias e cafés.

Quando estávamos a chegar perto de Merzouga parámos numa tenda berbere para recuperar um pouco do calor que fazia (46ºC). Nesta tenda ofereceram-nos um chá quente e conversámos com alguns berberes que ali viviam. No fim fomos ver os antigos canais de água escavados a grandes profundidades e que foram utilizados durante séculos para transportar água para os palmares (zonas com palmeiras e outras vegetações).

Retomando a viagem passámos por alguns grupos de marroquinos a vender tratamentos para os ossos. Há quem acredite que se tomar um banho especial naquelas areias pode ficar curado de doenças como o reumatismo, sinusite, etc.

Finalmente avistámos a placa para o Hotel Nomad Palace localizado nas dunas de Merzouga, onde iríamos almoçar e deixar as nossas malas durante a noite. Virámos para onde a placa indicava e seguimos apenas por um trilho traçado pelos pneus de outros carros. O Hotel ainda ficava longe e não era visível da estrada principal. O acesso ao mesmo foi feito pelo meio de uma paisagem completamente árida e sem qualquer ponto de referência, pelo que fazer o percurso sem GPS está fora de questão.

Quando chegámos ao hotel já passava das 3h da tarde mas tínhamos o nosso almoço praticamente pronto. Depois de almoçar, indicaram-nos um quarto onde podíamos descansar um pouco e guardar as nossas coisas. O quarto estava tão quente que acabámos por passar o resto da tarde na piscina.

Por volta das 19h começou a nossa aventura no deserto, andámos cerca de uma hora de camelo só para atravessar as dunas do Erg Chebbi até ao local onde íamos pernoitar. No caminho só se via areia, corvos, vestígios de pequenos lagos completamente secos e algumas tendas de berberes. É tal e qual como se vê nos filmes e a areia é mesmo muito fina.

Erg Chebbi – Merzouga
Erg Chebbi – Merzouga

Ainda não sabíamos como iam ser a nossas tendas, mas sempre pensámos que íamos dormir no chão. Quando chegámos fomos apanhados de surpresa: as tendas estavam posicionadas em redor de uma grande fogueira e a nossa tenda tinha uma cama de casal e outra individual, uma casa de banho com chuveiro, luz, etc. Porém como fomos em pleno verão, considerado época baixa em Merzouga, e como o nosso grupo era pequenino não compensava disponibilizar todos esses serviços, pelo que tivemos usar velas, o que tornou a experiência ainda melhor.

O jantar foi preparado no acampamento e estava delicioso, foi o melhor Tajine que comi nestes dias todos. Durante a noite as temperaturas mantiveram-se relativamente altas e fomos brindados com cânticos acompanhados com Djembê, tal como se vê nos filmes.

Quarto dia

Merzouga Dunes – Rissani souk –  Draa Valley – Ouarzazate

Apesar de nos termos deitado tarde na véspera, acordámos às 5:30 da manhã para ver o lindíssimo nascer do sol com os raios a serem projetados na areia e a atravessarem uma pequena nuvem. Por volta das 6h começámos a viagem de regresso através do deserto em direção ao hotel onde ainda se encontravam as nossas malas e onde nos esperava um excelente pequeno almoço.

Daqui seguimos em direção a Rissani e parámos perto da Ksar Abouam para visitar o Rissani souk, um mercado bastante famoso e que se distingue dos outros por ser o único onde se vendem animais vivos. Está dividido por várias áreas: especiarias, roupas, animais (burros, ovelhas, galinhas, bovinos, coelhos, etc.), alguns cosméticos, frutas, vegetais, carne, etc. Os "talhos" são completamente ao ar livre e não há frigoríficos em lado nenhum. A própria carne que vai para os talhos é transportada em carrinhos de mão pelas ruas do mercado completamente cheias de pessoas.

Como queríamos comprar especiarias, o nosso guia levou-nos para uma tendinha que ficava muito mais escondida. Sentamo-nos com o dono e os empregados e tomámos chá e frutos secos. No final trouxemos algumas especiarias e chás da região. Foi uma experiência enriquecedora e única, pois apesar de estarmos com o guia ele infiltrou-se com os outros deixando-nos contactar com a cultura sozinhos.

De regresso ao jipe e à viagem, atravessámos uma zona bastante conhecida por conter muitos vestígios de meteoritos. Almoçámos no restaurante do **Hotel Kasbah Meteorite **em Alnif, mas não sem antes dar uns mergulhos na piscina do hotel, pois o calor era insuportável.

Depois do almoço seguimos viagem e enquanto que de manhã estavam 38 graus, de tarde a temperatura começou a baixar imenso e até começou a chover e a trovejar. O impressionante é que apenas choveu durante uma meia hora, mas foi o suficiente para se formarem vários riachos ao longo das montanhas, alguns dos quais tivemos de atravessar porque passavam por cima da estrada.

Depois de andarmos bastante chegámos a Zagora onde se encontra o maior palmar de Marrocos, o Draa Vallez. Devido à sua dimensão é um autêntico pulmão no meio do deserto e que fornece alimento a muitas pessoas e animais.

Continuámos uma boa parte do caminho a par com o palmar e à medida que a altitude subia os montes de rocha negra deram lugar a altos desfiladeiros, de onde surgiam algumas aldeias isoladas.

Ainda no caminho para Ouarzazate passámos por uma zona que apelidámos de "vale dos plásticos", pois nunca vimos tantos plásticos juntos a esvoaçar e caídos no chão. Ao que parece perto existe uma zona de recolha de lixo e os plásticos voam todos de lá. É uma autêntica lixeira e impressionou-nos negativamente por não se fazer nada quanto a esta situação. Segundo o guia, sempre que o rei passa naquela zona é tudo limpo antes, para que ele não veja toda esta poluição. O mesmo também acontece com as palmeiras, que são deixadas a morrer à sede, mas quando o rei passa são substituídas por novas.

Quando chegámos ao nosso hotel em Ouarzazate – Riad Dar Chamaa, ficámos completamente apaixonados. De longe foi o melhor hotel onde estivemos nestes dias e tinha uma piscina e jardim lindíssimos. Os funcionários foram muito mais atenciosos e ao contrário dos outros hotéis, neste notou-se alguma classe e requinte no serviço e no atendimento.

Escusado será dizer que apesar de já ser noite e não estar tanto calor como nos outros dias, fomos dar uns mergulhos na piscina até à hora de jantar. O jantar foi bastante romântico e agradável, servido junto à piscina à luz de candeias.

Quinto dia

Ouarzazate – Taourirt Kasbah – Kasbah de Télouet – Marrakech

Depois de tomarmos o pequeno almoço junto à piscina, seguimos viagem para o centro de Ouarzazate e fomos visitar a Taourirt Kasbah que fica mesmo em frente ao Museu do Cinema. A entrada custa apenas 20Dh e junto à porta encontram-se vários "guias" a oferecer os seus serviços.

Esta Kasbah é o único edifício histórico de Ouarzazate e um monumento expansionista de Glaoui. No início do séc. XX a família Glaoui controlava o acesso ao Alto Atlas e foram os primeiros senhores a colaborar com os franceses na sua expansão para sul.

Em tempos esta Kasbah abrigou toda a família Glaoui e seus criados. É composta por um labirinto de escadas em todos os pisos dando acesso a diferentes salas com vários tamanhos e com janelas baixas e minúsculas. Algumas das maiores salas ostentam decorações em estuque com motivos florais e geométricos e tetos de madeira com cores vivas.

Depois de visitarmos a Kasbah, regressámos à estrada e passámos novamente pela Ksar de Ait ben Haddou, Um pouco mais à frente virámos para uma estrada secundária (P1506) afastando-nos ligeiramente da montanha de Tichka – Tizi n'Tichka, já referida anteriormente. Ao fim de alguns quilómetros chegámos à Kasbah de Télouet, que apesar de estar praticamente toda em ruínas e dar abrigo a muitas cegonhas, contém no seu interior algumas salas fantásticas.
Durante anos muita gente trabalhou nas decorações dos pisos de madeira de cedro pintado, nas paredes de estuque e nos painéis de azulejos coloridos característicos de Marrocos. Os tetos estão cobertos com telhas verdes, símbolo da nobreza e que só deveria ser usado nos edifícios religiosos ou da realeza. O resultado é um conjunto imenso de edifícios, com uma decoração interior impressionante.

Quando entrámos não estávamos nada à espera de encontrar tanta beleza no seu interior que contraste grosseiramente com as paredes em ruínas e uma sensação de autêntico abandono. Atualmente estão a tentar recuperar ligeiramente a kasbah de modo a não se perder a beleza de algumas salas que se encontram no seu interior, como aconteceu com a maioria das salas.

Antes de regressarmos a Marrakech ainda parámos para almoçar e comer uma típica sopa marroquina. Já em Marrakech aproveitámos para lanchar e caminhar pelas ruas da Medina sem grande destino. Passámos pela Praça Djema El Fna e pelos Souks e ainda tentámos ia à Mesquita Koutoubia, mas apenas pode ser visitada por muçulmanos. Esta mesquita é a principal imagem de Marrakech e fica a poucos metros da Praça Djema El Fna. Esta não é a mesquita original e ainda é possível ver os alicerces da original mesmo ao lado. Esta substituição deveu-se ao fato da parede qibla da mesquita anterior não estar corretamente orientada na direção de Meca.

O seu Minarete tem 69m de altura e é a construção mais alta da cidade, sendo visível a muitos kms de distância.

Aproveitámos para jantar e depois regressámos à Riad.

Sexto dia (Marrakech)

Acordámos cedinho e depois de um bom pequeno almoço fomos visitar o Palácio El Badi, construído para celebrar a vitória sobre Portugal na batalha dos três reis. Atualmente está completamente em ruínas e dá abrigo da dezenas de cegonhas. No seu centro é possível ver o que resta de uma piscina enorme rodeada de outras 4 piscinas mais pequenas e de 4 jardins. Em torno do pátio central existiam cerca de 360 quartos, mas atualmente pouco resta para além de paredes de pedra, os túneis onde se encontravam as prisões e uma torre que é possível subir.

Daqui seguimos para o Palácio da Bahia, residência do Vizir Ibn. Este palácio é considerado uma obra prima da arte Marroquina pelos seus soberbos mosaicos, estuques e esculturas em cedro. Para além de vários pátios e jardins interiores, inclui uma mesquita, áreas de residência das mulheres e concubinas do Vizir e salas de receção, abrangendo uma área total de 8 hectares. É um palácio lindíssimo e que vale a pena ser visitado.

Depois do Palácio seguimos para os Túmulos Saadiens que foram selados após a destruição do Palácio El Badi, tendo permanecido esquecidos até 1917 quando foram redescobertos. Atualmente são um dos monumentos mais visitados da cidade.

Mesmo ao lado dos túmulos encontra-se a Kasbah Mesquita e uma loja muito curiosa: 100 000 epices. Esta loja é um autêntico museu com vários chás, produtos de cosmética naturais, produtos de medicina, etc. Aqui encontra-se de tudo e é impossível resistir a comprar alguma coisinha.

Entretanto fomos à nossa Riad buscar as malas e depois voltámos para junto da Mesquita Koutoubia onde apanhámos o autocarro nº 19, que nos levou diretos ao aeroporto.

E assim dou por terminada a nossa expedição a Marrocos.