São Miguel, Açores

Também conhecida como “Ilha Verde”, a Ilha de São Miguel é a maior ilha dos Açores e considerada por muitos como a mais bonita e diversificada.
Confesso que a beleza da mesma superou em muito as minhas expectativas e tenho a certeza que vou voltar para visitar as outras ilhas dos Açores.
Como fui em Outubro, a probabilidade de apanhar mau tempo era muito grande. Com chuva e nevoeiro podia tornar as férias um autêntico pesadelo, mas ainda tive alguma sorte, no entanto numa próxima vez prefiro ir na Primavera ou no início do Outono.

Dia 1

Como chegámos ao final da tarde, praticamente só tivemos tempos para ir buscar o carro alugado e seguir para o hotel em Ponta Delgada.
Depois de pousarmos as malas saímos para jantar. Apesar de não ser muito tarde, os restaurantes estavam completamente cheios.
Ao fim de algumas tentativas acabámos por ir ao Restaurante Alcides, na rua Hintze Ribeiro 67, onde comemos um fantástico “Bife Alcides”.
Depois de jantar seguimos para o bar Lisboa Menina e Moça, uma casa de fados onde provei pela primeira vez o típico licor de amora pelo qual fiquei completamente apaixonada.

Dia 2

Acordámos por volta das 9h para tomar um bom pequeno-almoço nas calmas. O tempo não estava muito famoso por isso não valia a pena seguir viagem muito cedo por causa do nevoeiro.

Depois do pequeno-almoço seguimos de carro pela EN 1-1, passámos ao lado do aeroporto e pouco depois parámos num miradouro.
Neste mirador encontrava-se um casal que também estava de visita à ilha. Eles vinham das lagoas completamente desiludidos por causa do nevoeiro.

Decidimos manter na mesma os planos, até porque a alternativa era ir para a Lagoa do Fogo e conseguíamos ver que essa zona não estava melhor.

Voltámos à estrada e pouco depois virámos à direita para a estrada secundária EN9-1A em direção a Pico do Carvão e Covoada. Mais à frente começaram a aparecer as placas para a Lagoa das Sete Cidades.

Ao longo do caminho todo o verde da vegetação e a visão das vaquinhas que vivem ao ar livre e comem erva fresca o ano inteiro é bastante relaxante.

À medida que íamos subindo o Pico do Carvão o tempo ia piorando aos poucos. Quando finalmente avistámos um edifício da câmara do lado esquerdo e do lado direito um aqueduto de águas sabíamos que estávamos perto das Lagoas Empadadas (as lagoas secretas de S. Miguel). Virámos pela rua apertada que passa ao lado do edifício e prosseguimos a viagem de carro completamente rodeados pela vegetação.

Quando chegámos às Lagoas Empadadas parecia uma cena saída de um filme. São 2 lagoas lindíssimas rodeadas por um fantástico bosque e separadas entre si por uma estreita faixa de terra. Devido ao difícil acesso não são tão turísticas e conhecidas, mas são um autêntico tesouro que vale a pena a visita.

Quando lá chegámos o nevoeiro era muito denso e só permitia ver até um metro à nossa frente. Felizmente estava muito vento e durante breves minutos era possível vislumbrar toda a imponências das lagoas que pareciam um oásis no meio do bosque denso.

Em torno das lagoas existe uma estrada que pode ser feita a pé ou de carro, como estava muita humidade e frio preferímos ir de carro. A toda a volta a vegetação é tão densa que o próprio musgo parece ter um metro de altura em alguns sítios.

Do lado oposto das lagoas encontra-se uma pequena gruta em forma de coração e que quase nos passava despercebida. Mais ou menos a meio das 2 lagoas começa um caminho que dá acesso à Lagoa Rasa. Como o acesso parecia bastante mau e estava muito nevoeiro decidimos não ir até lá.

Entretanto voltámos para trás e continuámos pela mesma estrada sempre a subir o Pico do Carvão em direção à Lagoa do Canário.

Ao fim de uns quilómetros apareceu uma placa branca a indicar o acesso à lagoa por uma estrada de terra. Apesar da lagoa ficar mesmo ao lado da estrada, pode passar despercebida devido à densa vegetação que a rodeia.

Pouco depois de se entrar no caminho de acesso à Lagoa, vimos uns degraus escavados na floresta, suportados por pequenos troncos mais ou menos simétricos e que dão acesso à lagoa. Em vez de descermos já, continuámos pelo caminho principal, delimitado de ambos os lados por pequenos morros cobertos por uma grande diversidade de flora.

Mais à frente demos com um grande parque de merendas e mais depois com outro mais pequeno. Ao lado deste último parque encontram-se uns degraus bem definidos na terra e com pequenos barrotes, que conduzem a um trilho. Supostamente este trilho dá acesso ao fantástico Miradouro da Grota do Inferno e a uma paisagem emocionante para a Caldeira das Sete Cidades e a Lagoa de Santiago. Ainda subimos os degraus, mas o nevoeiro estava muito denso que não se via absolutamente nada.

GPS do Miradouro da Grota do Inferno: N37º 50’ 33.6” W25º 45’ 38.9”

Voltámos para trás e quando estávamos a chegar perto da saída do caminho, parámos o carro e descemos pelos troncos que vimos no início. Estes troncos levaram-nos diretamente para as margens da lagoa. Aqui o nevoeiro já não era tão denso, mas mesmo assim era difícil ver a outra margem da lagoa.

Regressámos ao carro e continuámos a nossa viagem em direção à Lagoa das Sete Cidades.
Depois de andarmos um pouquinho apareceu uma placa à direita a indicar a freguesia das Sete Cidades. Antes de virar por lá seguimos em frente e fomos até ao famoso Miradouro Vista do Rei, que se encontra um pouco mais à frente.

Deste miradouro vê-se perfeitamente a freguesia das Sete Cidades e a famosa Lagoa das Sete Cidades, o maior lago de água doce do Arquipélago dos Açores, com um comprimento de 4,2 Km2 e uma profundidade de 33 metros. Foi declarado uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, na categoria de zonas Aquáticas Não Marinhas e é composto por duas lagoas (Lagoa Verde – mais pequena e Lagoa Azul – maior), ligadas entre si. As lagoas devem o seu nome à tonalidade das suas águas causada pelos diferentes tipos de algas.

Lagoa das Sete Cidades
Lagoa das Sete Cidades

Voltámos para trás e virámos na estrada que dá acesso à freguesia das Sete Cidades. Durante o caminho contorna-se a Lagoa de Santiago, mas como a vegetação em torno da mesma é muito densa, acaba por não ser visível do carro.

Depois de alguns quilómetros, aparece o Miradouro Cerrado das Freiras, de onde se tem uma vista da Lagoa das Sete Cidades de outro ângulo. Um pouco mais à frente deste miradouro, do lado esquerdo da estrada, encontra-se uma abertura na vegetação e que permite ver a lindíssima Lagoa de Santiago, uma lagoa circular que ocupa uma cratera vulcânica, envolvida por verdejantes escarpas montanhosas, plenas de riqueza e de diferentes espécies de fauna e flora e de uma beleza incrível.

Lagoa Santiago
Lagoa Santiago

Continuámos a descer e atravessámos as 2 lagoas (lagoa Verde à esquerda e lagoa Azul à direita) em direção ao povoado.

Curiosidade: O nível das águas das lagoas é controlado através de um túnel de descarga existente na lagoa Azul, que liga à Grota do Alqueive perto dos Mosteiros e que também permite a passagem da população entre as 2 freguesias (Sete Cidades e Mosteiros). O túnel tem 1200m e demorou 7 anos a ser construído.

Entretanto continuámos pela mesma estrada e quando chegámos à Igreja de São Nicolau, parámos para almoçar num restaurante local.

Depois de almoço voltámos à mesma estrada atravessando a Cumeeira da Caldeira das Sete Cidades, em direção a Mosteiros. Quando chegámos à Varzea, em vez de continuarmos para Mosteiros, fizemos um desvio em direção às Termas de Ferraria, onde se encontra a Piscina Natural de Ferraria, classificada como uma das 7 mais belas piscinas naturais do Mundo. Neste local existe uma fonte termal quase à superfície que aflui junto à costa, numa pequena enseada e onde a água atinge os 30º. Esta água temperada com a água fria do mar deve ser uma sensação espetacular.

Mudámos de roupa nuns balneários em muito mau estado e ainda molhámos os pés, mas o mar estava muito agitado e como estávamos sozinhos e não conhecíamos o local, decidimos não arriscar. No verão acredito que seja bastante fixe.

Termas de Ferraria
Termas de Ferraria

Piscina de Ferraria
Piscina de Ferraria

Depois da Ferraria voltámos para trás pela mesma estrada, mas desta vez já seguimos para Mosteiros, uma freguesia situada na ponta Ocidental da ilha, conhecida pelas suas piscinas naturais.

Ao chegar perto de Mosteiros, vimos ao longe, os quatro grandes rochedos no mar que formam o Ilhéu de Mosteiros. Não parámos em Mosteiros, mas continuámos ao longo da Costa para a Bretanha e depois para Capelas. Ao longo do caminho deparámo-nos com uma enorme escarpa que de um determinado ângulo parecia mesmo uma tromba de elefante.

Regressámos a Ponta Delgada, mesmo a tempo de tomar um banho antes de irmos jantar ao restaurante "A Tasca", para o qual já tínhamos reserva. Este restaurante tem um ar de tasca vintage, com um menu bastante diversificado, boa comida e um ótimo atendimento.

Depois de jantar fizemos uma caminhada por Ponta Delgada, passámos na Marina e ficámos no Baia do Anjos.

Dia 3

O dia acordou bastante cinzento, o que nos desanimou um pouco, pois íamos visitar a Lagoa do Fogo e se estivesse nevoeiro seria uma tremenda desilusão.

Apanhámos a Via Rápida e após uns km saímos da estrada em direção à Lagoa do Fogo. À medida que íamos subindo conseguíamos ver perfeitamente as antenas de comunicação, o que era um bom indicador de que não ia estar nevoeiro e íamos ter boa visibilidade. Depois de mais uns km começaram a aparecer imensos miradouros. Parámos em praticamente todos.

Num dos miradouros, encontra-se um trilho que permite descer pela encosta até às margens da lagoa.

A Lagoa do Fogo encontra-se no topo da Serra da Água de Pau e é a lagoa mais alta da ilha. Está inserida numa reserva natural, em plena cratera do Vulcão de Fogo. A sua beleza e serenidade refletem uma verdadeira maravilha natural. Do topo, se não estiver nevoeiro é possível avistar grande parte da ilha, nomeadamente Ponta Delgada e o vulcão das Sete Cidades.

Lagoa do Fogo
Lagoa do Fogo

Continuámos pela mesma via e cerca de 5km depois chegámos à Caldeira Velha, inaugurada em 2013 e considerada uma das 7 mais belas piscinas naturais do Mundo.

GPS: N 37º 46' 34.97" ,W 25º 29' 51.09"

A Caldeira Velha é um importante campo de fumarolas na encosta da Serra de Água de Pau, um autêntico paraíso, com fumarolas, zonas de desgaseificação, uma nascente de água termal, uma cascata de água quente, represas para tomar banho e uma vegetação lindíssima.

Existem 2 parques de estacionamento muito pequenos, que ficam logo cheios e por isso há imensos carros estacionados ao longo da estrada. É preciso ter cuidado a circular na zona porque a estrada não é muito larga.

O acesso à Caldeira Velha é feito a pé por um caminho no meio da vegetação. Os bilhetes custam 2€ e permitem o acesso às fumarolas, às piscinas e aos balneários, onde se pode tomar banho em água gelada.

Fumarolas
Fumarolas

Neste local existem duas poças de água quente: uma que pode chegar aos 25 graus e é alimentada por uma cascata (no cimo do caminho) e outra com água proveniente das fumarolas e que varia entre os 35 e os 38 graus.

Junto às fumarolas o cheiro é horrível e é preciso ter cuidado a caminhar neste local, porque há pequenas fendas no chão, de onde sai água a borbulhar e que pode queimar, principalmente se estiverem de chinelos.

Depois de mudarmos de roupa, continuámos a subir em direção à cascata de água quente e que fica no topo do caminho. Tomámos banho na poça da cascata, onde a temperatura da água é bastante amena, e depois descemos para a piscina junto às fumarolas, onde o cheiro era muito pior, mas a temperatura da água rondava os 35º. Como possui uma grande concentração de bicarbonato de sódio e ferro usei um fato de banho mais velho, pois podia-se estragar.

Caldeira Velha - Cascata
Caldeira Velha – Cascata

Depois de mais de uma hora aqui voltámos à estrada e prosseguimos pela mesma via seguindo a direção de Povoação/Nordeste/Furnas.

Já na Ribeira Grande visitámos a Fábrica de Chá Gorreana, onde se produz o chá mais antigo da Europa (desde 1883). A visita é gratuita e inclui prova de chás, visita às plantações e a visita a toda a maquinaria para secagem e seleção do chá. É um verdadeiro museu que revela a história do chá. Durante a semana, ainda é possível ver as folhas secas a passarem pelas mãos das trabalhadoras, para uma seleção mais exaustiva e atenta.

A fábrica ainda possui uma pequena loja onde é possível adquirir os diversos chás produzidos (chá preto e chá verde) bem como experimentar os gelados artesanais produzidos aqui.

Plantações de chá da Fábrica Gorreana
Plantações de chá

Fábrica de Chás Gorreana
Fábrica de Chá Gorreana

Regressámos à estrada e no caminho apareceram as placas para os miradouros: Pico do Ferro (GPS: N 37º 46' 18.11" ,W 25º 20' 3.27") e Salto do Cavalo (GPS: N 37º 47' 14.53" ,W 25º 17' 1.32"). Como estávamos um pouco atrasados decidimos deixar para outro dia.

Pelo caminho passámos pelas Caldeiras das Furnas (GPS: N 37 46.370 W 25 18.266), onde os habitantes da zona vivem em conjunto com as fumarolas que emitem vapor de água e gases.

Mais à frente encontra-se o Hotel Termal das Furnas, onde se encontram diversas nascentes de águas minerais, predominantemente gasocarbónicas e termais. Em paralelo com a Lagoa das Furnas, as fontes termais são um dos principais símbolos da região das Furnas.

Caldeiras das Furnas
Caldeiras das Furnas

O Vale das Furnas tem mais de vinte nascentes termais. Por exemplo:
Água Azeda do Rebentão – Nascente fria com uma temperatura de 15,6ºC. De acordo com a medicina popular, esta água faz desaparecer a caspa e facilita a digestão.

Água Azeda – Nascente termal com uma temperatura de emergência de 15,9ºC e pH ácido.

Água da Prata – Nascente termal com uma temperatura de emergência de 34,4ºC e pH ácido. É usada no tratamento de alergias na vista, sendo por isso conhecida como "Água dos Olhos Belos".

Água Santa – Nascente termal com uma temperatura de emergência de 95,5ºC, pH básico. De acordo com a medicina popular, esta água misturada com mel, canela e um pouco de cachaça produz um xarope excelente para gripes, laringites e faringites.

Entretanto chegámos à Lagoa das Furnas. O acesso de carro é feito por um caminho ao longo das margens da lagoa. Já no final do caminho existe um parque de estacionamento, onde se paga por tempo de permanência. O acesso pedonal também implica um preço por pessoa.

Caldeiras das Furnas
Caldeiras da Lagoa das Furnas

Junto à Lagoa encontram-se as mais famosas Caldeiras das Furnas, onde é feito o famoso Cozido das Furnas. Este cozido é baseado no tradicional cozido à Portuguesa mas cozinhado num processo natural de cozedura lenta a baixa temperatura (85ºC), através dos vapor libertados pelas águas ferventes vulcânicas. Todos os dias de madrugada, as panelas são colocadas em buracos na terra e aqui permanecem durante horas. Este processo é repetido há dezenas e dezenas de anos e permite manter o sabor dos alimentos, conferindo uma textura macia às carnes.

Por volta do meio dia é quando os responsáveis pelo cozido, de alguns restaurantes da zona, vão buscar os seus cozidos. Não chegámos a tempo dessa cerimónia e também não sabemos quais os melhores restaurantes para experimentar o cozido. Acabámos por experimentar um cozido num restaurante local, mas não gostámos pois não tinha sabor e estava demasiado seco.

Depois do almoço passámos na Glória Moniz, na Rua Victor Manuel Rodrigues nº 16, para nos abastecermos de pães lêvedos. Estes pães, típicos da zona, são ligeiramente doces, muito fofos e mantêm-se assim durante vários dias. A Glória Moniz é famosa por estes pães e realmente foram os melhores que comemos.

Depois seguimos para a Poça da Dona Beija, conhecida como a Poça da Juventude ou Poça do Paraíso. É um autêntico SPA ao ar livre, com várias piscinas e a água a atingir os 39º em algumas. A entrada custa 3€, só fecha às 23h e todo o local está muito bem cuidado e com excelentes condições.

Poça da Dona Beija
Poça da Dona Beija

Ficámos aqui tanto tempo que depois nem tivemos tempo de ir tomar banho nas águas férreas do Terra Nostra Garden Hotel. Este hotel está inserido num parque com mais de dois séculos de existência e uma área de 12,5 hectares. Nele encontra-se a famosa piscina de água férrea e termal com água a chegar aos 42º. Além disso, o parque ainda tem para oferecer o jardim dos Cycas, o jardim das Endémicas, o jardim das Flores, o jardim das Camélias, o jardim dos Fetos, a avenida das Palmeiras e a avenida dos Ginkgos.

Nota: Tanto na Poça da D. Beija como no lago Terra Nostra é importante levar roupas e toalhas velhas pois podem-se estragar.

Depois de mudarmos de roupa, fizemos o caminho de regresso para Ponta Delgada, passando por Vila Franca do Campo, famosa pelo seu ilhéu, uma reserva natural.

Mais à frente encontra-se Caloura, virámos para lá e descemos até ao Porto de Caloura, um pequeno pedaço de paraíso com uma piscina.

Como já eram horas de jantar, aproveitámos e jantámos no restaurante "Bar Caloura", onde comemos uma deliciosa sopa de peixe e experimentámos o peixe Lírio, um peixe que não conhecíamos, mas que gostámos bastante.

Quando chegámos a Ponta Delgada já era bastante tarde e como estava mau tempo, decidimos ficar no hotel.

Dia 4

Acordámos bem cedo e tivemos uma grande desilusão com o tempo. Estava a chover imenso e o céu bem carregado de nuvens. Sabíamos que o dia ia ser chato porque estava reservado para visitar outras povoações da ilha e isso significava passar o dia a conduzir com aquele mau tempo.

Não desanimámos e fizemos o que estava mais ou menos programado. Apanhámos a estrada para o norte da ilha em direção à Ribeira Grande, uma cidade muito bonita mas que não conseguimos apreciar, pois estava a chover imenso.

Ribeira Grande
Ribeira Grande

Saímos de Ribeira Grande e seguimos sempre pela costa em direção à Vila do Nordeste, considerada uma das vilas mais bonita da ilha. Há medida que íamos andando as nuvens iam dando lugar a um céu limpo.

Antes de chegarmos à vila, passámos pela zona balnear da Foz da Ribeira do Guilherme, rodeada de uma extensa vegetação. Na Foz da Ribeira, encontra-se um parque de campismo e uma piscina servida pela água do mar. No início da descida aparece uma placa a indicar inclinação acentuada e que é melhor não descer de carro. Preferimos não descer e ficámos apenas a apreciar as vistas do Miradouro da Boca da Ribeira. (GPS: 37°50’29.8″N 25°08’56.6″W)

Depois seguimos para a Vila do Nordeste e demos uma voltinha a pé por esta vila pequenina, mas muito bonita.

De regresso ao carro continuámos pela sinuosa estrada da Tronqueira, até aparecer a placa para o Farol do Arnel.
Virámos para a estrada secundária que leva ao farol e apareceu-nos uma placa de perigo de inclinação acentuada (35%) e por baixo uma mensagem a recomendar que fizéssemos a visita pedonal. Ainda pensámos 2 vezes se descíamos de carro ou não, mas acabámos por descer de carro.
O percurso não foi muito longo, mas as curvas eram muito apertadas e com grande inclinação em que a única coisa que se via era o mar à nossa frente. Assim que começámos a descer percebemos logo que já não dava para desistir, pois não havia forma nenhuma de se dar a volta para trás a não ser junto ao farol. Tivemos alguma sorte porque durante o trajecto não nos cruzámos com nenhum carro em sentido contrário. Não sei como faríamos se isso acontecesse pois eram raros os sítios em que dava para passarem 2 carros lado a lado.

Farol do Arnel
Farol do Arnel

Junto ao farol há um pequeno larguinho onde se pode parar e dar a volta. Este farol é o mais antigo dos Açores, cuja construção data de 1876 e que oferece umas vistas deslumbrantes sobre o Atlântico. Perto do farol encontram-se alguns (poucos) edifícios que durante anos serviram de alojamento aos faroleiros.

As vistas valem a pena a descida, mas não sei se voltava a ir para lá de carro. Depois do farol a estrada ainda continua mais um pouco até um pequeno cais que abriga um porto de pesca.

Depois de estarmos a salvo desta aventura continuámos a percorrer o nordeste da ilha, que se encontra bastante debilitado devido a vários deslizamentos de terras. Deve ser uma zona muito complicada na época das chuvas.

Apesar disso, o Nordeste é bastante conhecido pelos seus fantásticos miradouros que permitem obter vistas soberbas da ilha. A Ponta da Madrugada e a Ponta do Sossego são locais de visita obrigatória, onde serra e mar se misturam envolvidos por extensas zonas de jardim, bastante silenciosas e onde é obrigatório fazer um piquenique. É incrível a beleza destes miradouros e nota-se bem o cuidado que têm em manter os jardins bonitos e preparados para quem quiser passar aqui uma tarde inteira. Pelo que li existe uma tradição de juntar famílias nestes locais durante o Verão, vindas de vários pontos da ilha para um churrasco.

O primeiro miradouro que nos apareceu foi o da Ponta do Sossego (GPS: N 37º 47′ 58.94” ,W 25º 8′ 44.11”) e logo a seguir o da Ponta da Madrugada (GPS: N 37º 47′ 23.10” ,W 25º 8′ 46.48”).

Mirador da Ponta da Madrugada
Mirador da Ponta da Madrugada

Mirador da Ponta da Madrugada
Mirador da Ponta da Madrugada

Continuámos pela mesma estrada em direção a Povoação e um pouco antes de chegar saímos para o Faial da Terra, considerado o presépio da ilha pela disposição das casas ao longo da encosta e em torno da ribeira do Faial. Confesso que este desvio foi bastante longo e não achámos que valesse muito a pena.

Entretanto voltámos para trás e seguimos para a Povoação, local de desembarque dos primeiros povoadores da ilha. Acabámos por almoçar num restaurante local e provámos "as fofas", um dos doces típicos da Povoação e que é similar a um éclair recheado com creme de baunilha.

É também neste concelho que se encontra o complexo vulcânico das Furnas, a lagoa das Furnas, o Parque Terra Nostra, a Poça da D. Beija, etc.. Por isso, quando voltámos à estrada rapidamente chegámos às Caldeiras das Furnas.

Como na véspera não tivemos tempo para ir ao Parque Terra Nostra, ainda considerámos ir neste dia, mas estávamos bastante cansados da viagem e o tempo estava a piorar pelo que decidimos continuar a viagem.

Como ainda tínhamos tempo fomos ao Miradouro do Pico do Ferro (GPS: N 37º 46′ 18.11” ,W 25º 20′ 3.27”), de onde se têm umas vistas deslumbrantes da lagoa das Furnas e da área envolvente.

Regressámos a Ponta Delgada e fomos jantar ao fantástico restaurante vegetariano "Rotas". Terminámos a noite no "Cantinho dos Anjos".

Foram umas miniférias fantásticas e repletas de natureza e de muito sossego. Ideais para quebrar a rotina do trabalho e que recomendo.